segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Noites Brutais


Depois de montar mais um quebra-cabeça de 5 mil peças, eu preciso de algo novo para fazer às 00h para tirar o stress do trabalho. Talvez esta seja a melhor oportunidade em anos para que o blog ganhe algumas postagens a mais. Talvez. Talvez não. Veremos.

Vou começar esta nova fase com o filme Noites Brutais. Admito que depois de um bom tempo, este foi um dos poucos filmes que assisti com expectativa, por causa das boas críticas lá fora. Isto me deu medo, mas fui corajoso em assistir. Óbvio que estou me referindo ao medo de não ter expectativas atingidas. Aqui é calejado. Precisa ser só algum filme muito terrível e assistindo às 03h da manhã (hora do demônio) para eu ter medo – valente nos teclados.

Já vou falar que o filme é bom e deixar o suspense para a sinopse. Em mais um possível acontecimento devido às tecnologias, conhecemos Tess que usou um aplicativo tipo airbnb para reservar uma casa num bairro meio estranho, enquanto está fazendo uma entrevista de emprego. Chegando no local, ela é surpreendida com o local já alugado por outro hóspede, Keith (Bill Skarsgård).

Toda a situação somada com a cara do novo IT cria uma mega desconfiança na personagem e na gente. Ficamos esperando algum golpe ou ação violenta a cada cena, mas ela demora um pouco mais para a aparecer e não como achamos que ela aconteceria. A história cresce e segue mais uma fase bem distinta para culminar no terceiro ato. É ali que percebemos como possivelmente uma grande parte do mundo reagiria aos fatos estranhos da casa e região.

Tentei não falar muito para não estragar a surpresa. Afinal, não é muito fácil encontrar um filme de terror bom hoje em dia.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Fresh



Os perigos da vida moderna. Esta foi a primeira frase que surgiu na minha cabeça sobre esta grata surpresa que descobri sem querer em algum streaming (não vou fazer propaganda de graça). Como um belo apreciador de filmes ruins de terror, eu sempre estou procurando algum que seja legal. Eu poderia falar que procuro algum que seja diferente e bom, mas aí é pedir demais. Seria um por ano e olhe lá (no próximo post eu devo ter algo neste sentido).

Fresh começa de forma inocente e engraçado. Somos apresentados a Noa (Daisy Edgar-Jones) que depois de encontros on-line péssimos conhece na vida real o simpático Steve (Sebastian Stan). Após alguns encontros e boas experiências, o casal resolve fazer uma viagem para uma casa no meio do nada.


Admito que esta frase “uma casa no meio do nada” foi para tentar fugir da obviedade do começo do parágrafo anterior que super leva a crer que o terror do filme está na figura de Stan. O Soldado Invernal, ops, filme errado... Sem muita demora, o moço revela que seu trabalho é algo muito peculiar. Ele sequestra pessoas e vende a carne delas para trilionários que não tem o que fazer com o dinheiro. Bizarro? Eu acho que sim. Esta foi a palavra que usei para definir o filme quando eu recomendei recentemente.

 

Eu não vou me alongar na história porque tenho medo de contar demais. Mas pode deixar sua expectativa lá no alto caso você curta um filme com pitadas de paranoia, situações nojentas e angustiantes que beiram a loucura e absurdos das vontades e desejos.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Thor: Amor e Trovão

Mais do que nunca estamos seletivos nas postagens. Eu poderia fingir dizendo que a régua está alta depois de tantos textos e filmes maravilhosos, mas esta desculpa não iria colar. Obviamente, estamos completamente negligentes com o blog. Ao pensar em possíveis filmes para escrever algumas palavras, eu sofri. Fiquei pensando, pensando e nenhum veio o estalo. Então resolvi escolher o filme que estou há 3 meses tentando definir se é ruim ou mais ou menos.

Thor: Amor e Trovão criou uma certa expectativa com a pessoinha aqui. Imaginei que depois de Ragnarok e, assistir ao trailer da nova aventura, o Taika Waititi ia criar um filme do deus do trovão melhor do que o outro. Foi um belo de um engano. Um erro que percebi somente depois de 10 ou 15 min do filme. Sim, o começo é muito bom, mas, infelizmente, o resto é meio estranho.

Tudo começa com o filme situando o espectador sobre quem é o vilão, Gorr o Carniceiro dos deuses, (Christian Bale) e como está o nosso herói. Numa espécie de contos de fábula, Korg recapitula os últimos acontecimentos na vida profissional e pessoal do Thor (O louco meu).

Enquanto embarca em sua nova aventura para caçar Gorr, o filho de Odin reencontra o amor de sua vida, Jane Foster (Natalie Portman) que está lutando contra um câncer. Em sua batalha contra a doença, Foster recebe ajuda do antigo e destroçado martelo de Thor, o Mjolnir. A arma a transforma na nova Thor e assim retarda os efeitos da doença.

E é nesta montanha russa de informações misturado com a nova Asgard e deuses do Olimpo que a história tenta deslanchar e fica somente na tentativa. Eu sei que filmes de super-heróis precisam se reinventar, mas foi exatamente nisto que Taika pecou. Amor e Trovão não se reinventa. Ele mistura todos os filmes da série Thor, mas a equação é falha porque a maioria dos filmes anteriores são ruins. Oremos que o próximo ou as próximas aparições de Thor recuperem as esperanças perdidas (certeza que vai ter mais um).

sexta-feira, 29 de julho de 2022

Telefone Preto

 


Vai ter resenha. Foi esta certeza que eu tive quando saí 23h55 do cinema após assistir Telefone Preto. Acho que pelo tempo sem escrever ao MDZ, eu não consiga traduzir em palavras o motivo deste retorno, mas vou tentar. Espero que os nossos fãs russos não fiquem decepcionados com a qualidade dos próximos parágrafos.

Decepção foi algo que realmente não aconteceu neste filme. Admito que cheguei com a expectativa alta pelo trailer e pelos nomes dos envolvidos no projeto: Joe Hill, Scott Derrickson e Ethan Hawke. O primeiro, por ser filho do Sr. King e autor de várias obras que eu gosto, o segundo por ter me dado um belo de um medinho em O Exorcismo de Emily Rose e o terceiro, bem, por ser justamente o Ethan. Mesmo com esses grandes nomes, eu acho, ou melhor, tenho certeza, o grande destaque fica para a dupla de atores Mason Thames e Madeleine McGraw. Os dois, que são irmãos na tela, cativam e envolvem demais os espectadores com suas interpretações de personagens com personalidades tão diferentes. Realmente foi uma grata surpresa.

A história se passa numa cidade pequena nos EUA no final da década de 70. O local se encaixa perfeitamente na definição de normal com crianças jogando beisebol, sofrendo bullying e pequenos interesses amorosos no colégio. Toda essa normalidade é quebrada quando misteriosamente algumas crianças começam a ser sequestradas e nunca mais são vistas.

No meio deste mistério, acompanhamos os irmãos Finney (Thames) e Gwen (Madeleine). Mesmo lidando com um pai alcoólatra, eles mostram uma maturidade de dar inveja em muito tiktoker (talvez não tenha sido a melhor das minhas comparações). Depois de um grande amigo de Finney também desaparecer, a tragédia o alcança. Um mágico muito estranho o sequestra e o deixa trancafiado num porão que contém um telefone preto.

Misturando um terror muito real com uma pitada de sobrenatural ao mostrar que o telefone é um transmissor para que Finney se comunique com as vítimas antigas do sequestrador, o filme consegue deixar o espectador tenso. Achei que a direção acertou o tom ao não deixar a história muito fantasiosa e soube dar os sustos nos momentos exatos para que rolassem pulos nas cadeiras. O filme foi tão tenso que nem a minha namorada dormiu no cinema depois de trabalhar dois dias presencial na “firma”. Que venham mais filmes assim!  

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Noite Passada em Soho

Concretizar os sonhos está no imaginário de qualquer ser humano em sua busca de felicidade. Alguns são realmente possíveis e outros você vai perseguir a vida inteira e nunca conseguirá. Até aí tudo bem. O importante é tentar. Com certeza esse começo de texto estava em algum livro de autoajuda que está com muito desconto na black Friday para zerar o estoque.

Noite Passada em Soho começa de leve nos apresentando essa busca da jovem Eloise Turner (Thomasin McKenzie). Morando no interior da Inglaterra, a moça tem o desejo de tentar a carreira de estilista em Londres assim como sua falecida mamãe tentou. É de leve que o filme também nos indica que Eloise tem outra habilidade além da moda que é ver a mãe em reflexos de espelho.

Com a aprovação de uma bolsa de estudos, a menina parte para cidade grande e logo de cara ela percebe que a vida não será fácil tendo que lidar com colegas esnobes e fúteis. Decidida a vencer, Eloise resolve mudar para uma kitnet para tentar se afastar desse convívio estranho. A tentativa de se reconectar com si acaba indo por água abaixo, ou para o além, quando ela percebe que a cada vez que dorme, ela volta ao passado da Londres dos anos 60 na pele de Sandie, uma cantora novata.  

As primeiras noites têm um reflexo positivo em Eloise. Enquanto acompanha a tentativa de sucesso e romance de Sandie (Anya Taylor-Joy), a menina começa a evoluir em seus desenhos – inspirado no que está vendo nos sonhos- e na vida pessoal ganha mais confiança. Só que o contrário também acontece. Quando os planos de Sandie são frustrados e precisa se tornar uma prostituta, Eloise começa a ver cada vez mais fantasmas ao vivo o que a deixa sem controle de sua vida.

As duas histórias do filme são bem amarradas e se tocam em momentos cruciais da trama. Existem também alguns mistérios que vão acontecendo que ajudam o espectador a ficar cada vez mais envolvido. Tudo isso, feito com o estilo do já conhecido diretor, Edgard Wrigth (Baby Driver). O ritmo, a trilha sonora e jogo de imagens e cortes ajuda a embarcarmos 100% em tudo que está acontecendo na telona (este eu vi no cinema).

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis



Primeiro post de 2021 demorou nove meses para ser publicado. Não foi exatamente um problema de elaboração do texto, foi algo pior chamado preguiça. É inacreditável como trabalhar de home-office e respeitar as regras ficando em casa me deixou com uma agenda extremamente lotada de coisas inúteis. Pensando melhor, não tão inúteis. Mas, assim como Shang-Chi, chegou o momento de retornar à ação e escrever algumas palavrinhas.

Este clichê que eu usei no parágrafo anterior tem uma certa relação com a história. O filme começa com muitas referências ao cinema de porrada chinês ao contar a lenda dos dez anéis e seu portador, Mandarim (Tony Leung). Cada vez mais ambicioso, o vilão tenta encontrar uma cidade perdida para aumentar o seu poder, mas acaba encontrando o amor com a guardiã do local. Do relacionamento dos dois nascem Shang-Chi (Simu Liu) e Xiailing (Meng'er Zhang).

Toda essa narrativa é contada paralela a história que Shang-Chi vai vivendo nos dias atuais. Depois de muitos anos se escondendo de seu pai, Chi começa a ser caçado por assassinos por motivos ligados ao seu passado. O jovem, considerado o melhor artista marcial do mundo, vai comprovando sua habilidade a cada novo desafio ao mesmo tempo que vai entendendo que chegou o momento de o dragão usar os seus poderes para um bem maior – que no caso de filme de super-heróis, sempre significa salvar o planeta.

O filme tem uma construção leve. Ele é dinâmico e engraçado, mas reserva vários momentos para reflexões e pensamentos dos personagens (nada que faça o espectador pensar). Particularmente, eu achei que a famosa cena do ônibus, onde Shang-Chi mostra seus movimentos sem muitos efeitos especiais, aumenta a expectativa para o restante do filme. Infelizmente, como 97% dos filmes da Marvel, a pancadaria leva para combates cheio de efeitos megalomaníacos – o que não é ruim, mas deixa gosto de quero mais cenas iguais ao Arrebentando em Nova York. Seguimos. Com certeza este é só o primeiro passo de Shang-Chi no universo Marvel cinematográfico. Em outras palavras, o Mestre do Kung Fu estará novamente nas telas antes de publicarmos mais cinco posts do MDZ.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Cadáver

 

Existe uma dúvida. O que acontece com o corpo das pessoas que o exorcismo não deu boa? Existe uma resposta. Um filme. Uma película que conseguiu dar alguns sustos verdadeiros em certos integrantes de uma família de Joinville e que fez acreditar que as vezes é bom apostar em filmes cujo trailer são ruins.

A história é focada na ex-policial, Megan Reed, que sofreu um trauma e saiu da corporação. Após um tempo de reabilitação ela resolve voltar a ganhar um dinheirinho e vai trabalhar no período noturno do necrotério de um hospital. Como senão fosse assustador o suficiente, ela é ainda a única funcionária no local.

Não demora duas noites para os problemas começarem. Não sei se foi azar de iniciante ou para criar uma possível incerteza da sanidade da garota. O que fica óbvio é que ali tem coisa depois que chega um corpo de uma menina loira com olhos azuis.

Esse cadáver misterioso é pontapé inicial para vários barulhos estranhos e fenômenos inexplicáveis. Isso até me levou a ficar indignado com a coragem da protagonista. Deus do céu. Eu teria saído correndo nas primeiras horas. Mentira. Nos primeiros minutos. Por mais que ela tenha uma questão pessoal de superação para resolver, não seria um necrotério escuro o lugar mais ideal para lidar.

Mesmo com estes apontamentos, eu indico o filme. Principalmente para assistir numa sala ou quarto escuro depois da meia-noite. Os sustos são garantidos!

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O Mistério da Ilha




Quem você levaria para uma ilha deserta? Essa pergunta besta, que é sempre feita para pseudocelebridades, já deve ter tido diversos tipos de respostas. Só que eu aposto que nenhuma delas chega perto do habitante da ilha paradisíaca deste filme. Antes que me xinguem, não acho que esta informação se consolida como spoiler porque fica claro no trailer que existe algo monstruoso ali. Obviamente eu sou precavido para reclamações nerds.

O mistério da ilha tem uma narrativa interessante. Tudo começa com a nossa personagem principal, Jenn, sobrevindo a algum tipo de naufrágio e acordando ao lado de um conhecido que está nos últimos suspiros de vida devido a um coral enfiado na barriga. A partir daí vamos acompanhando as descobertas da jovem nesta linda pequena ilha rodeada de águas cristalinas.


Inicialmente a situação de isolamento parece ser o grande problema, mesmo encontrando covas de uma família e alguns de seus pertences, dentre eles, uma caixa de fósforo. A primeira noite sozinha na ilha aparentemente também corre dentro do esperado. O curioso são os peixes esfacelados que ela encontra na areia. A garota começa a realizar pequenas ações de sobrevivência de escoteiro, mas com certeza no manual não consta nada sobre como reagir a encontros com monstros marinhos que só aparecem quando escurece. Yep. Isso mesmo. Senão bastasse toda a situação, Jenn tem que lidar todas as noites com um monstrinho faminto.  

Agora eu pergunto. Com um roteiro desses você vai assistir esperando um filme de Oscar ou já vai com as expectativas alinhadas ao gênero? Esta é uma pergunta essencial para a análise do filme. A minha eu posso adiantar – caso queiram saber. É uma boa pedida para assistir no sofá nestas noites congelantes deste pirado ano (espero que esta frase não seja atemporal).


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O Homem Invisível

Primeiro dia de quarentena. Primeira resenha.... Não. Mentira deslavada. Infelizmente eu falhei na missão de usar o isolamento causado pela pandemia do covid para escrever textos para o blog. Vou culpar o maldito capitalismo que me fez trabalhar muito mais horas diárias do que o meu descuido com este espaço tão carinhoso que é o MDZ.

Para o retorno, planejei falar um pouco sobre o último filme que eu vi no cinema. O problema é que faz tanto tempo que eu não tenho certeza se foi mesmo o Homem Invisível. Na dúvida, vou com ele mesmo porque eu gostei de assistir. Agora. Por que eu gostei? Vou manter o tom de suspense e falar só no final. Não me xinguem. Tenho um protocolo a seguir de construção de texto: Falar algo engraçado no começo, seguir com um breve resumo da película e finalizar com algo que faça os amigos russos voltarem a entrar no blog.

Cecília Kass (Elisabeth Moss) é casada com um louco ciumento engenheiro chamado Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen). O bichinho de matar com pedra é tão pirado que ela precisa drogar ele para fugir de casa e se esconder na casa de um amigo policial.  

Depois de alguns meses escondida e traumatizada, Cecilia recebe a informação que Adrian cometeu suicídio e deixou um belo dinheiro para ela. O que estava ruim ficou bom, mas logo volta a ficar ruim. A estranha morte do ex coincide com fatos estranhos na vida dela o que faz ela criar a teoria que Adrian está vivo e importunando como um fantasma invisível sem mais nada para fazer da vida. Ou será que ela está certa para justificar o nome do filme?

Toda essa questão psicológica é muito bem trabalhada no filme.  Ele tem uma pegada de terror psicológico que funciona muito bem, principalmente com a atuação da atriz que é convincente em mostrar os efeitos do relacionamento abusivo que a personagem sofria. Esta adaptação do clássico de H.G. Wells seguiu um caminho interessante em aproveitar o argumento do livro e dar uma roupagem atual com um dinamismo e reviravoltas. É um filme que com certeza os apreciadores do MDZ gostariam de assistir.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Coringa



“Você tem o dever com o brasileiro de fazer a resenha do Coringa”. Com esta frase, um grande amigo tentou me convencer a escrever a minha primeira postagem de 2020. Funcionou? Sim. Existe uma pegadinha aí? Claro. Para alguns influenciadores que frequentavam o Barnaldo Lucrécia, a minha opinião sobre o filme fugiu um pouco do grande sentimento positivo que a película causou.

Aqui vale começar um breve resumo da história para causar um pequeno mistério na leitura. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) é um homem problemático que vive na famosa Gotham City. Seus problemas psicológicos o afetam tanto que altera toda a sua noção da realidade e suas relações pessoais. Como uma das poucas coisas boas em sua vida, Arthur tenta trabalhar como palhaço enquanto bola ideias para o seu show de stand-up (não precisa ser grande coisa para ser melhor que do Danilo Gentili).

A vida nada fácil de Fleck piora a cada minuto do filme. Ele é despedido, mata alguns burgueses no trem e perde a ajuda financeira do governo para os seus remédios. Paralelamente aos causos do nosso personagem central, a história tenta contextualizar toda a insatisfação existente na cidade.

 Como pequenos raios de luzes salvadores, Arthur descobre que existe a possiblidade dele ser filho do bilionário Thomas Wayne (sim, pai do Baaaaatman) e, seu grande ídolo, o apresentador de TV Murray Franklin (Robert De Niro), o convida para ser entrevistado ao vivo. O que vem a seguir, é toda a consequência de tudo que aconteceu com Arthur, um personagem mais do que problemático.


Obviamente contei de uma forma bem resumida o que acontece na trama. Eu admito que realmente achei o Coringa um filme bom. O mistério da minha opinião é que não achei uma história tão fantástica. Claro que a atuação do Joaquin vai levar o Oscar. É justamente isso que fez tantas pessoas gostarem do filme e ignorarem as cópias de outros filmes que o diretor Todd Phillips fez e, principalmente, a esperteza em colocar em dúvida diversos acontecimentos. De uma forma geral, cada uma pode achar o que quiser sobre certas coisas que aconteceram no filme. Isto para mim é golpe.       


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

A Vida em Si

Sabe aquele filme que você começa assistir sem pretensão nenhuma? Assim foi que comecei assistir A vida em si, um drama americano de 2018 escrito e dirigido por Dan Fogelman.

Numa sexta-feira a noite zapeando pelo Amazon, estava na lista de melhores filmes, mas isso não quer dizer muita coisa desde que "Roma" conquistou indicação a melhor filme no Oscar 2019. Havia acabado de chegar em São Paulo, na ponte aérea que eu e meu par romântico (vou colocar dessa forma, pois não gosto de rótulos de relacionamento) vivemos fazendo, mas confesso que minhas idas à São Paulo são mais escassas que as vindas dele para Joinville.

Vale reforçar que nossos gostos cinematográficos não são muito parecidos e na maioria das vezes levamos várias horas para decidir um filme somente para dormir nos 10 primeiros minutos, mas não foi assim dessa vez.  Escolhemos o filme em 2 minutos e ficamos ligados na tela até o final.
Apesar de ser uma história romântica que nem sempre agrada principalmente os expectadores do sexo masculino essa história começa de uma forma inusitada com uma narrativa cômica que chega a ser um pouco cansativa e até dá vontade de parar de assistir, mas então um trágico acidente acontece e você é transportado para dentro da história.

A primeira história começa com um jovem casal em Nova York que espera a chegada da filha, mas tem o relacionamento interrompido de forma trágica e segue entrelaçando com a vida de outras três gerações mas todas ligadas por um único evento. Dentre as narrativas podemos viajar pelo tempo e os vários tipo de relações e amor.

A grande mensagem do filme é a continuação das gerações, o filme mostra que não começamos do zero como uma folha em branco, já trazemos histórias e experiências enraizadas em nosso DNA pela trajetória de nossos antepassados, e também reforça que a história não acaba em nós. Esse é o tipo de filme que acaba, mas que te deixa pensando como seria minha vida se eu não tivesse feito aquela primeira viagem para São Paulo?

domingo, 17 de novembro de 2019

Bacurau


Queridos leitores, desculpe por demorar tanto para escrever mas preciso desabafar e confessar algumas coisas. Estou sendo julgado. Escuto cochichos, sinto olhares incriminadores e grupos de whatsapp estão sendo criados sem a minha presença (que bom!). Tudo isso é reflexo da minha opinião sincera sobre Bacurau.

Como não gosto de enrolar, já aviso que não achei fantástico o filme. Se quiser abandonar a leitura, fique à vontade. Caso contrário, siga nas próximas linhas para saber a minha humilde opinião... Ainda aí? Obrigado. Vou falar um pouco sobre a história de uma forma bem neutra e depois faço uma análise mais estruturada de um parágrafo. Afinal, ninguém mais tem tempo para ler tanta coisa. Seguimos, meus amigos.

A pequena cidade do nordeste brasileiro, Bacurau, sofre com a falta de água e com a morte de uma de suas habitantes mais ilustres, Dona Carmelita. Para o seu velório, familiares e conhecidos prestam homenagens, derramam lágrimas e fazem outras coisitas a mais.


Cada cidadão do pacato lugar é um personagem singular. Caricato e bem brasileiros – você consegue reconhecer vários do mundo real -  cada um tem sua participação bem notada na telona. Porém, a vida deles começa a se alterar quando recebem a visita de pessoas da cidade grande.

Esse fato desencadeia uma série de acontecimentos bizarros e violentos. Violência, que acaba virando banalidade a cada segundo que o desenrolar da trama acontece e todos os seus porquês absurdos são revelados.  


Quando eu falei acima dos personagens, estava falando sério. Todos dão o seu charme ao filme e mostram que nenhum é simplesmente a árvore na peça do teatro. Agora, o que me fez não gostar muito do foi a sensação que eu tive após o final. Foi a mesma coisa que eu senti ao ver O Albergue (somente o primeiro) ou a Viagem Maldita (remake). Sim. Por detrás de toda essa caracterização e cuidados com os personagens se esconde um tremendo roteiro de filme b de terror. Desculpe, mas eu fui criado vendo todos esses filmes ruins na minha infância e adolescência. Reconheço de longe. Por sinal, esse blog foi criado para falar sobre esses filmes. Bem-vindo Bacurau.       

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Capitã Marvel

Bem-vindo aos loucos anos 90. Quando Jovem Igor Taborda era ainda mais jovem. Fliperama era o lugar mais perigoso que o adolescente de classe média frequentava. E nos carros havia uma espécie de Spotify conhecida como rádio. Entre belas canções do Nirvana e do Michael Jackson, o quinteto das Spice Girls cantava sobre o poder das mulheres que não se sentiam reprimidas para falar sobre o que bem entendessem.

Sentiu uma pontada de nostalgia? Então porque vinte anos depois, o primeiro filme da Marvel com uma protagonista mulher incomodou tanto?

Carol Denvers é a super-heroína mais poderosa do Universo Cinematográfico Marvel. O problema é que ela ainda não sabe disso. Reduzida a um fragmento de si mesma e rebatizada como Vers (em uma metáfora nada sutil), ela tem a chance de se reconectar com toda sua identidade.

Capitã Marvel é um filme sobre descoberta e crescimento. Uma divertida jornada sobre superação e o que nos torna especiais. Verdade: também uma narrativa cheio de soluções fáceis e bobeiras, como deveriam ser todos os derivados de gibi.

Vale destacar a decisão de não ter um par romântico para a protagonista, algo raro nas superproduções. É como se existisse uma versão de Lua de Cristal, só que sem Sergio Mallandro no cavalo branco. Ou como diria o pensador Alexandre Magno, o Chorão, quem disse que elas precisam de nós?

O filme, claro, gerou uma onde de críticas. Mas a lição aqui: vai fundo e sinto muito para quem não gostou. Aposto que o Jovem Igor Taborda alugaria esse filme na Blockbuster durante os loucos anos 90.






terça-feira, 2 de abril de 2019

A História sem Fim


1984 foi um ano brilhante. Não só pelo meu nascimento, mas pelo lançamento do filme em questão que está sendo um debate entre integrantes do grupo de mídia MDZ. Filmes tem o dever de entreter. Essa é a premissa básica. Para o filme ser além de bom, aí necessita de impressões particulares de cada espectador. Seja educando, emocionando, trazendo surpresas, seja lá o motivo de cada ser humano.

Comigo a lembrança da História sem Fim sempre foi boa. O filme representa tantas coisas que acontecem na infância, sejam sentimentos ou coisas que vemos ao nosso redor enquanto o mundo continua a rodar e rodar que eu nem tenho capacidade intelectual para escrever sobre isso. A fantasia e imaginação, tanto debatidas no filme, são aliadas poderosas durante todas as fases das nossas vidas. Os lugares aonde somos mais estimulados a usar essas “ferramentas” de um jeito bom são filmes e livros. E, na minha opinião, História sem Fim consegue atingir com maestria isso e, por isso, será o primeiro filme a ter duas resenhas neste humilde blog (para ler o primeiro, clique aqui).


O filme acompanha a história de Bastian, um piá novinho, que perdeu recentemente a sua mãe. Fugindo de uns garotos chatos, que o importunam no caminho para o colégio, ele acaba se escondendo numa livraria aonde encontra o livro “A História sem Fim”. O menino começa a ler o livro no sótão da escola e imediatamente somos transportados para a terra da Fantasia.


Naquela terra mágica, descobrimos que o nada está destruindo o mundo e que a princesa que cuida de todos está doente. Seus habitantes, mesmo com medo e receosos, escolhem um jovem guerreiro índio, Atreyu, para descobrir como curar a princesa.



Assim como Bastian, somos levados numa aventura por lugares que poderiam habitar facilmente qualquer fábula ou conto infantil que escutamos em LPs de historinhas ou lemos em livros e gibis. A narrativa fantasiosa tem um porque essencial para o menino Bastian, mas atinge os espectadores de forma tão importante quanto para ele. Afinal, todas as vidas necessitam de imaginação, sonhos e coisas boas para valerem a pena.