Vai ter resenha. Foi esta certeza
que eu tive quando saí 23h55 do cinema após assistir Telefone Preto. Acho que
pelo tempo sem escrever ao MDZ, eu não consiga traduzir em palavras o motivo
deste retorno, mas vou tentar. Espero que os nossos fãs russos não fiquem
decepcionados com a qualidade dos próximos parágrafos.
Decepção foi algo que realmente
não aconteceu neste filme. Admito que cheguei com a expectativa alta pelo
trailer e pelos nomes dos envolvidos no projeto: Joe Hill, Scott Derrickson e
Ethan Hawke. O primeiro, por ser filho do Sr. King e autor de várias obras que
eu gosto, o segundo por ter me dado um belo de um medinho em O Exorcismo de
Emily Rose e o terceiro, bem, por ser justamente o Ethan. Mesmo com esses grandes
nomes, eu acho, ou melhor, tenho certeza, o grande destaque fica para a dupla
de atores Mason Thames e Madeleine McGraw. Os dois, que são irmãos na tela,
cativam e envolvem demais os espectadores com suas interpretações de personagens
com personalidades tão diferentes. Realmente foi uma grata surpresa.
A história se passa numa cidade
pequena nos EUA no final da década de 70. O local se encaixa perfeitamente na
definição de normal com crianças jogando beisebol, sofrendo bullying e pequenos
interesses amorosos no colégio. Toda essa normalidade é quebrada quando
misteriosamente algumas crianças começam a ser sequestradas e nunca mais são
vistas.
No meio deste mistério, acompanhamos
os irmãos Finney (Thames) e Gwen (Madeleine). Mesmo lidando com um pai alcoólatra,
eles mostram uma maturidade de dar inveja em muito tiktoker (talvez não tenha sido
a melhor das minhas comparações). Depois de um grande amigo de Finney também
desaparecer, a tragédia o alcança. Um mágico muito estranho o sequestra e o deixa
trancafiado num porão que contém um telefone preto.
Misturando um terror muito real
com uma pitada de sobrenatural ao mostrar que o telefone é um transmissor para
que Finney se comunique com as vítimas antigas do sequestrador, o filme
consegue deixar o espectador tenso. Achei que a direção acertou o tom ao não
deixar a história muito fantasiosa e soube dar os sustos nos momentos exatos para
que rolassem pulos nas cadeiras. O filme foi tão tenso que nem a minha namorada
dormiu no cinema depois de trabalhar dois dias presencial na “firma”. Que venham
mais filmes assim!