terça-feira, 22 de agosto de 2017

Planeta dos Macacos: A Guerra

Quem ainda não decidiu se vale sair de casa neste frio para ver Planeta dos Macacos - A Guerra corre o risco de perder um dos melhores filmes da série - e porque não do ano. No último round da trilogia, macacos e humanos decidem quem tem o controle do planeta. E não se engane: os mocinhos aqui não são os humanos.

Desde que a ficção científica é ficção científica o gênero é um prato cheio para criticar os rumos do mundo. Andy Serkis interpreta um César mais eloquente, com capacidade de fala e raciocínio, diante do dilema: sacrificar os limites morais em prol da sobrevivência.

Praticamente todas as críticas levantaram a bola que a Academia devia considerar o Oscar de atuação pelo trabalho de captura de performance de Serkis. Não é aqui que você vai ler algo diferente. Closes de rosto. Movimentos corporais. Trejeitos. Se nos antecessores ainda havia pequenos sinais da mecânica da tecnologia, A Guerra tem um personagem assustadoramente real.

E, por incrível que pareça, ver macacos cavalgando cavalos não é o feito mais surpreendente do filme. Com um Coronel (Woody Harrelson) desempenhando um vilão humano sem traços de humanismo (moldado perfeitamente para estes tempos em que cada vez mais gente parece estar de sacanagem) não duvide: você vai torcer pelos macacos.





A evolução de César nos cartazes dos três filmes



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Valerian e a Cidade dos Mil Planetas


Um casal de agentes viajantes no tempo e espaço. Um general maluco que comanda um exército de robôs. Uma nave onde convivem harmoniosamente diversos povos intergaláticos com seus uniformes coloridos. Um planeta de seres azuis que vivem em paz e equilíbrio com a natureza. Batalhas entre naves no deserto. Soou familiar? Então você não vai se surpreender com Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, novo filme de Luc Besson (O Quinto Elemento) que estreia hoje nos cinemas brasileiros.

Tá bem, vamos ser justos. Mesmo depois de ter lido em vários lugares que o filme se tornou o mais caro da história da França, com um orçamento de mais de 197 milhões de euros, eu fui surpreendida , sim, com a beleza da produção e a qualidade dos efeitos especiais, que superou em muito outros filmes do gênero.

Mas o mesmo não pode ser dito, infelizmente, da dupla de protagonistas Dane DeHaan (que faz o mocinho Valerian) e Cara Delevingne (Laureline) - faltou química e carisma ali, apesar da tentativa genuína dos dois. Ainda bem que tem gente mais experiente como Clive Owen e Ethan Hawke para dar um gás. E a Rihanna, que foi um dos trechos mais bacanas do filme, outra grata surpresa.



Nem por isso eu achei o filme ruim. Pelo contrário, Besson conseguiu deixar o roteiro bem dinâmico e não me fez roncar perdeu como Lucy. E apesar do final previsível, como boa nerd fã de histórias fantásticas no espaço, eu amei viver por algumas horas as aventuras de Valerian. Queria saber mais dele, porém entendo que não tinha muito onde enfiar ali o histórico dos personagens sem babar na cadeira de novo

Vale o ingresso, então? Vale! E se você curte 3D, dá pra ser ainda mais divertido.



P.S. Depois de ver o longa, fui logo tratar de entender porque eu tudo aquilo me fazia lembrar de Star Trek, Avatar e, em especial, Star Wars. Acontece que a trama é baseada nas HQs Valerian e Laureline, antes Valerian, o Agente Espaço-Temporal, lançadas em 1967, 10 anos antes da saga de George Lucas. Sim, isso mesmo, Lucas bebeu direto da fonte e depois ficou essa confusão. Olha que eu até leio bastante sobre Star Wars, mas essa foi novidade!

Deixo aqui uma tirinha engraçada sobre o plágio as "semelhanças", publicada na revista Pilote. À esquerda temos Princesa Leia e Han Solo, tomando uma com Valerian e Laureline no bar dos aliens. :)






quinta-feira, 3 de agosto de 2017

The Belko Experiment


O comportamento do ser humano é obliterado todos os dias pelas amarras da vida em sociedade. Essa frase surgiu na minha cabeça numa sexta-feira indo para o trabalho de metrô/trem. De segunda a sexta eu ligo o automático, junto com as minhas músicas, nas logísticas diárias. O escopo deste procedimento está incluso não xingar, bater e matar as pessoas que entram no vagão antes dos outros saírem, empurrões por causa de celular, folgados em assentos especiais e claro, música alta. Esta historinha é só para pontuar/enrolar que em nosso amago temos vontades violentas que em situações extremas podem esquecer o filtro do bom senso....

Longe de pomposos enclaves, a unidade das Indústrias Belko em Bogotá (Colômbia) vive diariamente uma vida corporativa normal. Chefes que acham que são legais, subalternos com preguiça de seus superiores, romances escondidos, paixões não correspondidas e colegas tontos. Coisas mais do que normais. Talvez a única coisa que fuja dos padrões normais sejam microchips instalados na cabeça para eventuais sequestros.....


Finalizei o parágrafo acima com reticências porque obviamente isso não é algo normal. Assim como você chegar ao trabalho e ver estranhos soldados de cara fechada. Foi assim que Mike Milch (John Gallagher Jr.) foi recebido num dia normal de trampo. Para completar a estranheza, todas as saídas do local são fechadas e uma voz pede para os funcionários matarem alguns colegas, caso contrário, acontecerão muitas mortes.


O bom senso se mantem na primeira ameaça, pelo menos até a primeira cabeça explodir (culpa do tal microchip). Com o sangue surgindo e o desespero aumentando, o lado cruel do instinto de sobrevivência surge de forma avassaladora e letal. Ele nasce em muitos funcionários, mas em alguns indivíduos ele já estava lá, esperando um momento para se soltar das amarras.



Esse experimento cinematográfico é escrito e produzido por James Gunn (Guardiões da Galáxia). Me lembrou muito quando Joss Whedon (Vingadores) fez a mesma coisa com o Segredo da Cabana. Talvez seja a liberação dos estúdios para eles fazerem o que quiserem após ambos renderem muita grana para eles. Ou, talvez não.