quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Cadáver

 

Existe uma dúvida. O que acontece com o corpo das pessoas que o exorcismo não deu boa? Existe uma resposta. Um filme. Uma película que conseguiu dar alguns sustos verdadeiros em certos integrantes de uma família de Joinville e que fez acreditar que as vezes é bom apostar em filmes cujo trailer são ruins.

A história é focada na ex-policial, Megan Reed, que sofreu um trauma e saiu da corporação. Após um tempo de reabilitação ela resolve voltar a ganhar um dinheirinho e vai trabalhar no período noturno do necrotério de um hospital. Como senão fosse assustador o suficiente, ela é ainda a única funcionária no local.

Não demora duas noites para os problemas começarem. Não sei se foi azar de iniciante ou para criar uma possível incerteza da sanidade da garota. O que fica óbvio é que ali tem coisa depois que chega um corpo de uma menina loira com olhos azuis.

Esse cadáver misterioso é pontapé inicial para vários barulhos estranhos e fenômenos inexplicáveis. Isso até me levou a ficar indignado com a coragem da protagonista. Deus do céu. Eu teria saído correndo nas primeiras horas. Mentira. Nos primeiros minutos. Por mais que ela tenha uma questão pessoal de superação para resolver, não seria um necrotério escuro o lugar mais ideal para lidar.

Mesmo com estes apontamentos, eu indico o filme. Principalmente para assistir numa sala ou quarto escuro depois da meia-noite. Os sustos são garantidos!

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O Mistério da Ilha




Quem você levaria para uma ilha deserta? Essa pergunta besta, que é sempre feita para pseudocelebridades, já deve ter tido diversos tipos de respostas. Só que eu aposto que nenhuma delas chega perto do habitante da ilha paradisíaca deste filme. Antes que me xinguem, não acho que esta informação se consolida como spoiler porque fica claro no trailer que existe algo monstruoso ali. Obviamente eu sou precavido para reclamações nerds.

O mistério da ilha tem uma narrativa interessante. Tudo começa com a nossa personagem principal, Jenn, sobrevindo a algum tipo de naufrágio e acordando ao lado de um conhecido que está nos últimos suspiros de vida devido a um coral enfiado na barriga. A partir daí vamos acompanhando as descobertas da jovem nesta linda pequena ilha rodeada de águas cristalinas.


Inicialmente a situação de isolamento parece ser o grande problema, mesmo encontrando covas de uma família e alguns de seus pertences, dentre eles, uma caixa de fósforo. A primeira noite sozinha na ilha aparentemente também corre dentro do esperado. O curioso são os peixes esfacelados que ela encontra na areia. A garota começa a realizar pequenas ações de sobrevivência de escoteiro, mas com certeza no manual não consta nada sobre como reagir a encontros com monstros marinhos que só aparecem quando escurece. Yep. Isso mesmo. Senão bastasse toda a situação, Jenn tem que lidar todas as noites com um monstrinho faminto.  

Agora eu pergunto. Com um roteiro desses você vai assistir esperando um filme de Oscar ou já vai com as expectativas alinhadas ao gênero? Esta é uma pergunta essencial para a análise do filme. A minha eu posso adiantar – caso queiram saber. É uma boa pedida para assistir no sofá nestas noites congelantes deste pirado ano (espero que esta frase não seja atemporal).


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O Homem Invisível

Primeiro dia de quarentena. Primeira resenha.... Não. Mentira deslavada. Infelizmente eu falhei na missão de usar o isolamento causado pela pandemia do covid para escrever textos para o blog. Vou culpar o maldito capitalismo que me fez trabalhar muito mais horas diárias do que o meu descuido com este espaço tão carinhoso que é o MDZ.

Para o retorno, planejei falar um pouco sobre o último filme que eu vi no cinema. O problema é que faz tanto tempo que eu não tenho certeza se foi mesmo o Homem Invisível. Na dúvida, vou com ele mesmo porque eu gostei de assistir. Agora. Por que eu gostei? Vou manter o tom de suspense e falar só no final. Não me xinguem. Tenho um protocolo a seguir de construção de texto: Falar algo engraçado no começo, seguir com um breve resumo da película e finalizar com algo que faça os amigos russos voltarem a entrar no blog.

Cecília Kass (Elisabeth Moss) é casada com um louco ciumento engenheiro chamado Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen). O bichinho de matar com pedra é tão pirado que ela precisa drogar ele para fugir de casa e se esconder na casa de um amigo policial.  

Depois de alguns meses escondida e traumatizada, Cecilia recebe a informação que Adrian cometeu suicídio e deixou um belo dinheiro para ela. O que estava ruim ficou bom, mas logo volta a ficar ruim. A estranha morte do ex coincide com fatos estranhos na vida dela o que faz ela criar a teoria que Adrian está vivo e importunando como um fantasma invisível sem mais nada para fazer da vida. Ou será que ela está certa para justificar o nome do filme?

Toda essa questão psicológica é muito bem trabalhada no filme.  Ele tem uma pegada de terror psicológico que funciona muito bem, principalmente com a atuação da atriz que é convincente em mostrar os efeitos do relacionamento abusivo que a personagem sofria. Esta adaptação do clássico de H.G. Wells seguiu um caminho interessante em aproveitar o argumento do livro e dar uma roupagem atual com um dinamismo e reviravoltas. É um filme que com certeza os apreciadores do MDZ gostariam de assistir.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Coringa



“Você tem o dever com o brasileiro de fazer a resenha do Coringa”. Com esta frase, um grande amigo tentou me convencer a escrever a minha primeira postagem de 2020. Funcionou? Sim. Existe uma pegadinha aí? Claro. Para alguns influenciadores que frequentavam o Barnaldo Lucrécia, a minha opinião sobre o filme fugiu um pouco do grande sentimento positivo que a película causou.

Aqui vale começar um breve resumo da história para causar um pequeno mistério na leitura. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) é um homem problemático que vive na famosa Gotham City. Seus problemas psicológicos o afetam tanto que altera toda a sua noção da realidade e suas relações pessoais. Como uma das poucas coisas boas em sua vida, Arthur tenta trabalhar como palhaço enquanto bola ideias para o seu show de stand-up (não precisa ser grande coisa para ser melhor que do Danilo Gentili).

A vida nada fácil de Fleck piora a cada minuto do filme. Ele é despedido, mata alguns burgueses no trem e perde a ajuda financeira do governo para os seus remédios. Paralelamente aos causos do nosso personagem central, a história tenta contextualizar toda a insatisfação existente na cidade.

 Como pequenos raios de luzes salvadores, Arthur descobre que existe a possiblidade dele ser filho do bilionário Thomas Wayne (sim, pai do Baaaaatman) e, seu grande ídolo, o apresentador de TV Murray Franklin (Robert De Niro), o convida para ser entrevistado ao vivo. O que vem a seguir, é toda a consequência de tudo que aconteceu com Arthur, um personagem mais do que problemático.


Obviamente contei de uma forma bem resumida o que acontece na trama. Eu admito que realmente achei o Coringa um filme bom. O mistério da minha opinião é que não achei uma história tão fantástica. Claro que a atuação do Joaquin vai levar o Oscar. É justamente isso que fez tantas pessoas gostarem do filme e ignorarem as cópias de outros filmes que o diretor Todd Phillips fez e, principalmente, a esperteza em colocar em dúvida diversos acontecimentos. De uma forma geral, cada uma pode achar o que quiser sobre certas coisas que aconteceram no filme. Isto para mim é golpe.