sexta-feira, 21 de agosto de 2020

O Mistério da Ilha




Quem você levaria para uma ilha deserta? Essa pergunta besta, que é sempre feita para pseudocelebridades, já deve ter tido diversos tipos de respostas. Só que eu aposto que nenhuma delas chega perto do habitante da ilha paradisíaca deste filme. Antes que me xinguem, não acho que esta informação se consolida como spoiler porque fica claro no trailer que existe algo monstruoso ali. Obviamente eu sou precavido para reclamações nerds.

O mistério da ilha tem uma narrativa interessante. Tudo começa com a nossa personagem principal, Jenn, sobrevindo a algum tipo de naufrágio e acordando ao lado de um conhecido que está nos últimos suspiros de vida devido a um coral enfiado na barriga. A partir daí vamos acompanhando as descobertas da jovem nesta linda pequena ilha rodeada de águas cristalinas.


Inicialmente a situação de isolamento parece ser o grande problema, mesmo encontrando covas de uma família e alguns de seus pertences, dentre eles, uma caixa de fósforo. A primeira noite sozinha na ilha aparentemente também corre dentro do esperado. O curioso são os peixes esfacelados que ela encontra na areia. A garota começa a realizar pequenas ações de sobrevivência de escoteiro, mas com certeza no manual não consta nada sobre como reagir a encontros com monstros marinhos que só aparecem quando escurece. Yep. Isso mesmo. Senão bastasse toda a situação, Jenn tem que lidar todas as noites com um monstrinho faminto.  

Agora eu pergunto. Com um roteiro desses você vai assistir esperando um filme de Oscar ou já vai com as expectativas alinhadas ao gênero? Esta é uma pergunta essencial para a análise do filme. A minha eu posso adiantar – caso queiram saber. É uma boa pedida para assistir no sofá nestas noites congelantes deste pirado ano (espero que esta frase não seja atemporal).


segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O Homem Invisível

Primeiro dia de quarentena. Primeira resenha.... Não. Mentira deslavada. Infelizmente eu falhei na missão de usar o isolamento causado pela pandemia do covid para escrever textos para o blog. Vou culpar o maldito capitalismo que me fez trabalhar muito mais horas diárias do que o meu descuido com este espaço tão carinhoso que é o MDZ.

Para o retorno, planejei falar um pouco sobre o último filme que eu vi no cinema. O problema é que faz tanto tempo que eu não tenho certeza se foi mesmo o Homem Invisível. Na dúvida, vou com ele mesmo porque eu gostei de assistir. Agora. Por que eu gostei? Vou manter o tom de suspense e falar só no final. Não me xinguem. Tenho um protocolo a seguir de construção de texto: Falar algo engraçado no começo, seguir com um breve resumo da película e finalizar com algo que faça os amigos russos voltarem a entrar no blog.

Cecília Kass (Elisabeth Moss) é casada com um louco ciumento engenheiro chamado Adrian Griffin (Oliver Jackson-Cohen). O bichinho de matar com pedra é tão pirado que ela precisa drogar ele para fugir de casa e se esconder na casa de um amigo policial.  

Depois de alguns meses escondida e traumatizada, Cecilia recebe a informação que Adrian cometeu suicídio e deixou um belo dinheiro para ela. O que estava ruim ficou bom, mas logo volta a ficar ruim. A estranha morte do ex coincide com fatos estranhos na vida dela o que faz ela criar a teoria que Adrian está vivo e importunando como um fantasma invisível sem mais nada para fazer da vida. Ou será que ela está certa para justificar o nome do filme?

Toda essa questão psicológica é muito bem trabalhada no filme.  Ele tem uma pegada de terror psicológico que funciona muito bem, principalmente com a atuação da atriz que é convincente em mostrar os efeitos do relacionamento abusivo que a personagem sofria. Esta adaptação do clássico de H.G. Wells seguiu um caminho interessante em aproveitar o argumento do livro e dar uma roupagem atual com um dinamismo e reviravoltas. É um filme que com certeza os apreciadores do MDZ gostariam de assistir.