Ser diferente da maioria das
pessoas leva um indivíduo a criar barreiras e mecanismos de defesa que muitas
vezes são impenetráveis. Esse jeito de pensar e agir também acabam sabotando
ele próprio, e isso o impede de ser feliz em vez de somente o proteger de
coisas ruins. Agora imagina somar isso ao fato de ser de uma
orientação sexual totalmente diferente da aceitável pela sociedade. O gênio
matemático, Alan Turing, retratado em O
Jogo da Imitação, é o exemplo perfeito para essas palavras. Mesmo tendo uma
mente brilhante, que foi capaz de salvar milhões de vidas durante a Segunda
Guerra Mundial, ele sofreu tanto por ser diferente, que isso lhe custou à
própria vida.
O filme é dirigido pelo diretor norueguês
Morten Tyldum e a sua narrativa é feita por indas e vindas. A história começa
em 1951 quando a casa de Alan Turing (Benedict Cumbertach) é assaltada. O
policial encarregado do caso desconfia do passado misterioso de Turing e começa
a investigar a vida do matemático e, assim vamos conhecendo melhor a história
dele.
Suas histórias começam na época
do colégio, quando já sofria abuso de outros alunos por ser diferente. Na
escola ele desenvolve uma paixão por enigmas e criptografias, além de um amor
escondido pelo seu melhor amigo, Christopher.
Passando alguns anos adiante, o professor
Alan Turing é convidado a ajudar seu país a vencer a Segunda Guerra Mundial.
Numa missão nada fácil, ele e outros matemáticos precisam decifrar a temível
arma da comunicação dos Nazistas, chamada de Enigma. É ela a responsável por
passar diariamente as coordenadas de ataques dos alemães. Com seu gênio e
barreiras de relacionamento, Turning complica ainda mais o trabalho da equipe.
Só que essas habilidades também serão os fatores para o sucesso da empreitada.
Mesmo que isso signifique brincar de deus.
Alan Turing é considerado o
inventor dos computadores. Ele precisou criar uma máquina para decifrar outra.
Isso me lembra de algumas pessoas que precisam virar máquinas sem sentimentos
para conseguirem viver. Traumas são fodas. É muito fácil você tentar imaginar a
vida de uma pessoa que sofreu muito sem você ter passado metade das coisas que
ela passou. Você enxerga que ela está virando alguém que prefere esconder e
fugir de coisas boas porque tem medo de sofrer, mas não consegue fazer com que
ela entenda que está errada. É complicado. Difícil até de escrever. Mas sempre,
sempre terá alguém que ficará ao lado para tentar ajudar da forma mais pura e
verdadeira. Não importa a distância.
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