sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Noite Passada em Soho

Concretizar os sonhos está no imaginário de qualquer ser humano em sua busca de felicidade. Alguns são realmente possíveis e outros você vai perseguir a vida inteira e nunca conseguirá. Até aí tudo bem. O importante é tentar. Com certeza esse começo de texto estava em algum livro de autoajuda que está com muito desconto na black Friday para zerar o estoque.

Noite Passada em Soho começa de leve nos apresentando essa busca da jovem Eloise Turner (Thomasin McKenzie). Morando no interior da Inglaterra, a moça tem o desejo de tentar a carreira de estilista em Londres assim como sua falecida mamãe tentou. É de leve que o filme também nos indica que Eloise tem outra habilidade além da moda que é ver a mãe em reflexos de espelho.

Com a aprovação de uma bolsa de estudos, a menina parte para cidade grande e logo de cara ela percebe que a vida não será fácil tendo que lidar com colegas esnobes e fúteis. Decidida a vencer, Eloise resolve mudar para uma kitnet para tentar se afastar desse convívio estranho. A tentativa de se reconectar com si acaba indo por água abaixo, ou para o além, quando ela percebe que a cada vez que dorme, ela volta ao passado da Londres dos anos 60 na pele de Sandie, uma cantora novata.  

As primeiras noites têm um reflexo positivo em Eloise. Enquanto acompanha a tentativa de sucesso e romance de Sandie (Anya Taylor-Joy), a menina começa a evoluir em seus desenhos – inspirado no que está vendo nos sonhos- e na vida pessoal ganha mais confiança. Só que o contrário também acontece. Quando os planos de Sandie são frustrados e precisa se tornar uma prostituta, Eloise começa a ver cada vez mais fantasmas ao vivo o que a deixa sem controle de sua vida.

As duas histórias do filme são bem amarradas e se tocam em momentos cruciais da trama. Existem também alguns mistérios que vão acontecendo que ajudam o espectador a ficar cada vez mais envolvido. Tudo isso, feito com o estilo do já conhecido diretor, Edgard Wrigth (Baby Driver). O ritmo, a trilha sonora e jogo de imagens e cortes ajuda a embarcarmos 100% em tudo que está acontecendo na telona (este eu vi no cinema).

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis



Primeiro post de 2021 demorou nove meses para ser publicado. Não foi exatamente um problema de elaboração do texto, foi algo pior chamado preguiça. É inacreditável como trabalhar de home-office e respeitar as regras ficando em casa me deixou com uma agenda extremamente lotada de coisas inúteis. Pensando melhor, não tão inúteis. Mas, assim como Shang-Chi, chegou o momento de retornar à ação e escrever algumas palavrinhas.

Este clichê que eu usei no parágrafo anterior tem uma certa relação com a história. O filme começa com muitas referências ao cinema de porrada chinês ao contar a lenda dos dez anéis e seu portador, Mandarim (Tony Leung). Cada vez mais ambicioso, o vilão tenta encontrar uma cidade perdida para aumentar o seu poder, mas acaba encontrando o amor com a guardiã do local. Do relacionamento dos dois nascem Shang-Chi (Simu Liu) e Xiailing (Meng'er Zhang).

Toda essa narrativa é contada paralela a história que Shang-Chi vai vivendo nos dias atuais. Depois de muitos anos se escondendo de seu pai, Chi começa a ser caçado por assassinos por motivos ligados ao seu passado. O jovem, considerado o melhor artista marcial do mundo, vai comprovando sua habilidade a cada novo desafio ao mesmo tempo que vai entendendo que chegou o momento de o dragão usar os seus poderes para um bem maior – que no caso de filme de super-heróis, sempre significa salvar o planeta.

O filme tem uma construção leve. Ele é dinâmico e engraçado, mas reserva vários momentos para reflexões e pensamentos dos personagens (nada que faça o espectador pensar). Particularmente, eu achei que a famosa cena do ônibus, onde Shang-Chi mostra seus movimentos sem muitos efeitos especiais, aumenta a expectativa para o restante do filme. Infelizmente, como 97% dos filmes da Marvel, a pancadaria leva para combates cheio de efeitos megalomaníacos – o que não é ruim, mas deixa gosto de quero mais cenas iguais ao Arrebentando em Nova York. Seguimos. Com certeza este é só o primeiro passo de Shang-Chi no universo Marvel cinematográfico. Em outras palavras, o Mestre do Kung Fu estará novamente nas telas antes de publicarmos mais cinco posts do MDZ.