Inacreditável como até mesmo uma história sobre pilotos de
automobilismo pode servir de lição. Rush – No Limite da Emoção conta mais do
que a rivalidade entre Niki Lauda e James Hunt. Ele mostra duas formas de
encarar a vida; racionalmente e emocionalmente. Os mais críticos podem fechar o
seu pensamento dizendo que se trata de um esporte praticado por ricos e ignorar
as coisas boas ali presente, mas a verdade é que o diretor Ron Howard acertou
mais uma vez e ainda conseguiu deixar boas mensagens subentendidas.
A grande tacada de Howard foi incluir o verdadeiro Niki
Lauda em todas as fases do filme. Do roteiro aos dias de filmagem, o ex-piloto
compartilhou suas experiências e ajudou a deixar a história mais verídica
possível. O filme começa mostrando os dois pilotos ainda na Fórmula 3, quando
Hunt (Chris “Thor” Hemsworth) já era um bon vivant conhecido e Lauda (Daniel
Brühl) era somente um austríaco recém chegado as pistas.
Sendo mais frio e estrategista, Lauda consegue chegar antes
na Fórmula 1 após comprar um lugar numa equipe fraca. Apoiado em seus talentos,
o cara de rato logo consegue uma transferência para a grande Ferrari. Neste
período, Hunt também consegue chegar a Fórmula 1 só que numa equipe pequena,
deixando assim o caminho livre para Lauda conseguir o seu primeiro campeonato
mundial.
No ano seguinte, é a vez de James Hunt ir para uma equipe
grande (McLaren). Os dois travam grandes duelos na pista e fora delas com suas
convicções de vida. Enquanto Lauda, sempre contido, não aceita mais do que 20%
dos riscos, Hunt vive cada dia como o último. No meio do campeonato, uma
grande tragédia acontece com Niki Lauda. Seu carro pega fogo e seu corpo fica
bastante queimado.
A imensa luta de Lauda para tentar voltar as pistas e se
tornar campeão mundial novamente é mostrada com muitos detalhes. Seu sofrimento
e sentimento competitivo abrangem grande parte do filme. Ambos os pilotos, com
suas diferenças, não se importavam muito com suas vidas pessoais, e aí podemos
perceber que não podemos ser somente racional ou emocional, para uma vida boa é
necessário um pouco de cada.