Tudo Pode dar Certo não é um filme diferente do Woody Allen. Estão ali os diálogos bem escritos, as sacadas geniais e as ideias que ainda fazem pensar muito tempo depois que os créditos sobem. A ideia de que a abstinência do cigarro não vai te salvar da morte, por exemplo, é assustadoramente bela e real. E as ironias são dignas do Doutor House. Mas o que faz este filme ser incrível é o mesmo que faz alguns filmes serem ruins: o clichê. Porque como diz o personagem principal, às vezes um clichê faz bem.
A história não tem nada demais, não chega a ser nem mesmo original. A não ser, é claro, pela metalinguagem – o personagem olha o tempo todo para a câmera e conversa com o público. Ele é um velho rabugento que dá abrigo a uma jovem fugitiva e depois se vê surpreendido por uma declaração de amor dela. Já que na vida real a atriz Evan Rachel Wood namorou o cantor Marilyn Mason, não deve ter sido difícil para ela viver uma história de amor não convencional. O filme consegue ser extremamente pessimista quanto à humanidade e ainda assim ser engraçado. Boris, o velho, tenta se matar duas vezes durante a história e carrega manias como cantar o “parabéns” quando vai lavar a mão.
Tudo Pode dar Certo marca o retorno de Woody Allen a Nova York. E, como em Vicky Cristina Barcelona, não decepciona. Ele trata de questões como o homossexualismo e o amor livre de forma leve e engraçada, mostrando que o diretor está em perfeita sintonia com a época em que vive. Vê-se logo que Allen pode até estar velho, mas em ótima forma.
(O filme entra em cartaz dia 30 de abril)
quem diria, ele postou!!!!
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