quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O Jogo do Exterminador

Pode me chamar de falso nerd ou de andarilho desta cultura que eu tanto admiro, mas admito que nunca li nenhum livro de Orson Scott Card, autor e criador das histórias de Ender Wiggin e, considerado, um dos melhores escritores do gênero. Na literatura, tudo começou com 


O Jogo do Exterminador, assim como agora no cinema. Dirigido por Gavin Hood, esta adaptação homônima apresenta uma boa história de ficção científica com grandes possibilidades de se estender por mais alguns filmes.

Como a maioria das histórias de ficção científica, esta também começa há muitos anos adiante no futuro. Em 2086 o planeta Terra é atacado pela raça alienígena Formic. Quando estávamos quase sendo derrotados, somos salvos após o sacrifício do Comandante Mazer Rackham.

Para evitar um novo ataque, as forças militares começam a recrutar crianças com grandes capacidades de estratégia para treiná-las nas melhores táticas de guerra e, assim, se tornarem a principal defesa contra os alienígenas.


Apesar da pouca idade, o cadete Andrew “Ender” Wiggin (Asa Butterfield) começa a se destacar aos olhos do Coronel Hyrum Graff (Harrison Ford). Para Graff, Wiggin tem todas as qualidades e potencial para se tornar o novo comandante da frota. É claro, que mesmo achando isso, o caminho do jovem mancebo não será nada fácil, pelo contrário, ele será testado muito mais duramente para provar que merece liderar toda a frota.



O Jogo do Exterminador pode até parecer infantil, mas seu conteúdo e questões morais não deixam ele se tornar exclusivo ao público mais jovem. Talvez por esta ligeira empolgação, eu tenha conseguido escrever este texto rapidamente após assistir o filme. Como observação final, acho curioso como as tecnologias de produção cinematográficas estão evoluindo num ritmo acelerado. Será, cada vez mais comum, termos adaptações literárias que antes pareciam impossíveis de serem realizadas com qualidade. Espero somente que o hábito da leitura continue e que não seja substituído por somente assistir a versão em filme.

Carrie - A Estranha


Eu raramente gosto de comentar um filme comparando com o livro que ele foi inspirado ou, pela versão cinematográfica original. Então, se você espera frases manjadas como “No livro a personagem…” ou “O clímax do filme de 1976…” pare de ler por aqui, pois eu vou expor as minhas sinceras opiniões somente sobre esta nova versão. Relendo estas linhas iniciais eu até pareço uma pessoa ranzinza!

Mesmo não querendo fazer uma análise muito profunda, existe uma informação que é essencial e obrigatória de se falar sobre Carrie. Este foi o primeiro livro publicado de Stephen King e o marco inicial que o ajudou a ser um dos principais escritores de todos os tempos. E, apesar de existir a lenda que os filmes baseados em suas obras não são muito bons, ou no português claro, não arrecadam muito dinheiro, eu até que gostei desta nova versão. Numa explicação fria, eu acho que não criar grandes expectativas ajudou consideravelmente a minha opinião. Chega de enrolação e vamos ao filme.

A história começa com a fervorosa religiosa Margaret White, interpretada pela Julianne Moore, dando luz a uma menininha (Carrie). Sua devoção doentia a Deus e seus dogmas quase a fazem matar a criança achando que ela é uma obra do demônio. Entretanto, o amor (sempre ele) impede que o pior aconteça. Só que, imagine passar uma infância e pré-adolescência tendo uma mãe doidona que diz que tudo é pecado e coisas do gênero. Óbvio que a menina cresce bem longe da realidade.

É no colégio, convivendo com pessoas da sua idade, que Carrie (Chloë Grace Moretz) percebe os abusos e loucuras de sua mãe. Inicialmente ela só é ignorada e taxada de alguns apelidos não muito legais, mas, após menstruar no chuveiro depois da aula de educação física, ela vira gozação imediata, inclusive com um vídeo na internet. Revoltada com a atitude das alunas, a professora de educação física resolve tomar uma drástica atitude proibindo a principal rival de Carrie, Chris Hargensen, de ir ao baile de formatura.


Mesmo sentindo muita raiva e humilhação, o incidente acaba trazendo uma coisa boa na vida de Carrie. Ela descobre que possuí poderes telecinéticos, conseguindo mexer objetos com a força do pensamento. Poderes que serão mais do que úteis para serem usados contra a vingança que Hargensen está planejando…



Após assistir Carrie eu imediatamente me lembrei de algumas pessoas que eu conheci na escola. Acho que em todos os colégios devem existir estudantes que simplesmente não se encaixam com os parâmetros que algumas pessoas definem como normais. Infelizmente, para estes deslocados, o colégio é uma época terrível. Eu nunca fiz parte e também nunca quis ser da turminha dos populares, em contrapartida, sempre soube me defender dos babacas ou, simplesmente usar a grande arte de ignorar os otários. Espero, sinceramente, que este pessoal, que passou por coisas terríveis no colégio, estejam bem e que o passado não tenha causado grandes danos…em compensação, torço que os babacas estejam, atualmente, um pior que o outro.

Os Suspeitos

Um dos grandes problemas dos dias de hoje é o sequestro de crianças. Analisando friamente, o desaparecimento é muito pior do que a própria morte. A incerteza e dúvida do que pode ter acontecido com o sequestrado deve corroer o mais esperançoso dos corações. Pesado o assunto? Pois é assim que Os Suspeitos deve ser encarado.

As vezes é bom assistir um filme mais sério para nos lembrar que a vida não é um mar de rosas. Infelizmente, existem muitos vilões pelo mundo, espalhando o mal e fazendo várias vítimas. Esta maldade fria e sombria e suas consequencias é o grande pilar deste filme.

Tudo começa em pleno feriado de ação de graças. Numa cidadezinha pacata do interior do EUA, duas crianças desaparecem deixando poucas pistas. O policial encarregado do caso, Loki (Jake Gyllenhaal), logo encontra o principal suspeito Alex (Paul Dano), mas não consegue tirar muitas informações porque o jovem tem vários problemas psicológicos.


Sem provas concretas, o detetive é obrigado a soltar o suspeito, o que deixa Keller Dover (Hugh Jackman), pai de uma das crianças, muito revoltado. Obcecados em achar as meninas que sumiram, Loki e Dover seguem, cada um por si, a sua própria investigação. Só que um fica dentro da lei e outro não.



Algumas questões morais são levantadas, principalmente quando paramos para analisar o filme após o seu término. A sensação que fica é que todas as regras e bom senso são deixados de lado quando uma grande tragédia acontece, mas não necessariamente é o caminho certo a ser seguido. Com uma direção sem inventar muito e fazendo seus personagens exporem reações que acontecem realmente, o novato diretor Denis Villeneuve entrega um ótimo filme, fazendo com que o espectador sofra e torça muito durante as quase 3 horas de filme.

Thor - O Mundo Sombrio

Assim como a franquia cinematográfica do Homem de Ferro, as aventuras do Thor no cinema seguem um padrão bem familiar. Essa escolha tem o bônus de atingir uma grande massa de espectadores que não acompanham veemente as histórias em quadrinhos, mas tem o ônus de desagradar uma boa parte dos “especialistas” do assunto. Com os retornos financeiros cada vez mais altos usando esta fórmula, só posso concluir que este padrão será mantido.

Esta sequencia começa logo após os acontecimentos de Os Vingadores. O filme inicia com Jane Foster (Natalie Portman) indo até a Inglaterra verificar estranhas energias com a sua assistente, Darcy (Kat Dennings), enquanto o doutor Erik Selvig (Stellan Skarsgard) mostra sinais de loucura após ter a sua mente invadida por Loki (Tom Hiddleston).

Dentro de um prédio abandonado Jane encontra estranhos portais relacionados com o alinhamento dos Nove Reinos. Sem querer, ela entra num deles e acaba sendo contaminada por uma maléfica energia. Toda esta ação faz com que Thor (Chris Hemsworth) retorne a Terra para ajudar a sua amada, mas também faz com que o elfo negro, Malekith, acorde de seu sono profundo.


Thor leva Jane para ser curada em Asgard mesmo a contragosto de seu pai,Odin (Anthony Hopkins). Só que Malekith resolve ir atrás da garota junto com o seu exército para recuperar a terrível energia para, assim, consumir sua vingança contra todos os asgardianos. Percebendo o tamanho do gargalo, o deus do trovão sabe que somente uma pessoa pode ajudá-lo a vencer esta batalha: seu meio irmão, Loki.



Uma aventura curta e bem família, essa talvez seja a melhor definição que eu posso dar para este filme. Como eu sempre gostei de quadrinhos, fico um pouco desapontado quando eu vejo que existia dinheiro e bons atores para uma história mais interessante… Enfim, o jeito é aguardar a próxima sequencia dos Vingadores. Antes que eu me esqueça, tem duas ceninhas após os letreiros.

Obsessão


Definir como normal os desejos e vontades das pessoas é, totalmente, uma questão de ponto de vista. Só que por mais anormal que pareçam, eles são bem reais.E é justamente isto o que os personagens principais de Obsessão tentam mostrar. Mesmo sendo um filme, a história é forte e séria em focar nas necessidades que movem cada figura na trama. Ajudado pelas atuações fantásticas de todos os atores, Obsessão se torna mais um daqueles filmes não famosos que são verdadeiros achados.

Escrito, produzido e dirigido por Lee Daniels (Precisosa), o filme se passa no sul da Flórida em 1960. Após um assassinato de um xerife local, o mau elementoHillary Van Wetter (John Cuzack) é acusado do crime e vai parar atrás das grades.

Acreditando que houve um julgamento precipitado, o jornalista Ward Jansen (Matthew McConaughey), que mora em Miami, retorna para a sua cidade natal para investigar o caso. Ficando hospedado na casa dos seus pais, Ward reencontra o seu irmão, Jack (Zac Efron), que após ser expulso da faculdade, também retornou a cidade para trabalhar com o seu pai, dono do pequeno jornal local.


Para auxiliar na apuração do caso, Ward chama Charlotte Bless (Nicole Kidman) para ajudá-lo. Inexplicavelmente, ela se apaixonou, por meio de cartas, pelo possível criminoso e possuí certas informações que podem auxiliar na investigação, além de ser a chave para conseguir conversar com Van Wetter.


Os cenários da história influenciam muito na trama, assim como toda a importante questão racial que ocorria naquela época. Mas o que define o destino de todos os personagens são os seus desejos mais secretos.  São eles que cedo ou tarde aparecem e determinam a continuidade dos fatos. Pena que nem sempre as consequências de realizá-los são boas, o que deixará muita gente comovida com o final do filme.

Sem Dor, Sem Ganho


Fiquei um belo tempo parado para começar a escrever sobre Sem Dor, Sem Ganho. Tanta reticência se deve a tamanha burrice dos protagonistas do filme. Acho que fico mais revoltado ainda quando lembro que a história é verídica. Mas também, o que esperar de um bando de bombados com sentimentos extremos de patriotismo americano? Pois bem, tudo começa com Daniel Lugo (Mark Wahlberg)dando suas aulas de musculação numa academia em Miami. Mesmo tendo um emprego bom, o estilo de vida dele faz com que sempre precise de dinheiro.

Para resolver este gargalo financeiro ele pensa no plano “infalível” de sequestrar um de seus alunos ricos e pegar todos os seus bens. Para tal estratagema, Lugo chama seu amigo Adrian (Anthony Mackie) e o ex-criminoso viciado Paul Doley (Dwayne “The Rock” Johnson) para ajudá-lo. Depois de um tempo a trupe resolve colocar o seu plano em ação.

Só que o que parecia ser algo fácil e simples se torna um caminho sem volta quando eles conseguem capturar o empresário Victor Kershaw (Tony Shalhoub) que descobre as suas identidades. Sempre focado em seu objetivo, Lugo não medirá esforços e, principalmente, não pensará nas consequências de seus atos para viver o sonho americano. Mesmo que isso signifique quebrar o máximo de leis possíveis.



Não é só a história que é surpreendente, a direção do filme é nada mais nada menos que de Michael Bay. Segurando ao máximo a vontade de explodir as coisas, mas mantendo suas câmeras e luzes que dão sensação de grandeza, o diretor consegue entregar um produto convincente e curioso que cativa o espectador do começo ao fim. Acho que não preciso dizer mais nada, vale a pena assistir este filme.

A Última Viagem a Vegas


A Última Viagem a Vegas não é um filme onde os protagonistas precisam resolver os gargalos criados após uma noitada e, muito menos, um filme sobre senhores arrependidos que usam uma viagem para repensarem suas vidas. A trama é na verdade sobre amigos de longa data, que mesmo vivendo suas respectivas vidas, apoiam um ao outro e nos relembram o significado da amizade verdadeira. Apesar deste meu discurso bonitinho, não precisa se preocupar achando que a história é sentimental demais, o filme é uma comédia e boas risadas estão mais do que garantidas.

A história começa mostrando a amizade de quatro garotos, Billy,Paddy, Archie, Sam e uma menina, Shopie, durante a década de1950. Literalmente, sem delongas, o filme avança 58 anos e mostra que Billy, interpretado por Michael Douglas, virou um bon vivant que namora uma mulher com metade da sua idade. Durante um discurso de funeral ele percebe que finalmente chegou a hora de dar um passo a mais na sua vida e pede a sua namorada em casamento.

Todo casório que se preze precisa ter uma despedida de solteiro, mesmo que o noivo e os padrinhos tenham mais de 60 anos de idade. Sendo assim, Billy chama Archie (Morgan Freeman) e Sam (Kevin Kline/clone de Steven Spielberg) para festejar em Las Vegas antes do casamento. Seu único desejo é que os dois consigam convencer Paddy (Robert De Niro) para que ele também esteja presente.

O começo da viagem já se mostra uma grande missão. Archie mente para o seu filho dizendo que estará num retiro da igreja enquanto Sam recebe uma desconfiada carta branca de sua mulher para aproveitar tudo que Las Vegas pode oferecer. Continuando com as mentiras, os dois amigos convencem Paddy a viajar dizendo que é só uma reunião de amigos e que Bily não estará presente (obviamente a mentira dura somente até o trio pisar no aeroporto da cidade do pecado).


Mesmo com as picuinhas do passado, a dupla tenta se conter e aproveitar os grandes atrativos da cidade. É claro que tudo melhora quando Archie ganha uma grande quantia de dinheiro no cassino que possibilita que eles fiquem numa suíte incrível com acesso as melhores festas.



A maioria das piadas envolve a questão da idade do quarteto com as situações mais voltadas para os jovens. Só que eles sempre dão um jeito de se saírem bem. O problema mesmo é quando Billy e Paddy se apaixonam pela mesma cantora de bar. Esse gargalo amoroso fará antigas mágoas retornarem e colocará uma série de dúvidas na cabeça de ambos.

Jack Reacher - O Último Tiro


É bem comum hoje em dia os trailers mostrarem as melhores cenas dos filmes ou contarem a trama de tal forma que o final vira previsível. Só que em Jack Reacher acontece justamente o contrário! Quando eu assisti o trailer fiquei com a impressão de ser um filme bestinha, onde Tom Cruise era um fodão qualquer que buscava vingança contra alguns bandidões e, no final, escapava ileso e ainda ficava com a loira. Como o filme acabou sendo lançado juntamente com outros que eu queria ver, eu acabei deixando para assisti-lo em DVD e, por isto, demorei tanto tempo para perceber que eu estava errado… Sim, caro amigo, o mundo dos trailers ainda reservam algumas surpresas.

O filme é uma adaptação do livro One Shot, de Lee Childs, publicado em 2005 e começa com cenas bem fortes. Sem mais nem menos, um atirador pega uma sniper e mata cinco pessoas aleatórias antes de fugir. Durante a investigação policial, o detetive Emerson (David Oyelowo) encontra provas que incriminam o ex-militar, James Barr. Durante o interrogatório, Barr não abre a boca e só pede que tragam Jack Reacher, também um ex-soldado das forças especiais, que por sinal já estava a caminho antes da convocação.


Durante uma locomoção de prisioneiros, Barr acaba sendo atacado por outros presos e entra em coma, impossibilitando qualquer tentativa de conversa entre ele e Reacher. Intrigado com o caso, Jack começa a trabalhar com a advogada de defesa, Helen Rodin (Rosamund Pike), para livrar o acusado da pena de morte.Não precisa ser nenhum Jack Reacher para perceber que algo não está se encaixando no crime. Desde a primeira cena, o telespectador percebe que não foi James Barr que cometeu a atrocidade. O que nós só entenderemos com a ajuda de Reacher são os motivos que levaram misteriosas pessoas a causarem todo esse rebuliço.


Como eu disse no começo, eu gostei do filme e até me arrependi de não ver na telona de um cinema confortável com pipoca e refrigerante sem gás. Aparentemente eu não fui o único que gostou, a boataria está forte a respeito de uma continuação, o provável livro que continuará as aventuras de Jack Reacher no cinema será Never Go Back, lançado nas livrarias em setembro deste ano. Este eu assistirei no cinema!