“Os olhos são a janela da alma”.
Esse era o argumento que a artista Margaret Keane usava para explicar suas
pinturas de crianças com grandes olhos na década de 50. Suas obras de arte eram
a única forma que ela tinha de desabafar de seus problemas. Sem facebook,
whatsapp e vivendo numa época totalmente familiar e machista, ela não tinha outra
opção de válvula de escape. A rigidez da época era tanta, que nem seus próprios
quadros ela assinava. Óbvio que uma história curiosa como essa (que eu particularmente
não conhecia) não poderia ficar muito tempo longe das telonas do cinema. O encarregado?
Um especialista em contar histórias curiosas...Tim Burton.
Fã dos quadros “Olhos Grandes”, Burton
não só dirigiu o filme como também ajudou na produção e chamou seu grande
parceiro, Danny Elfman, para cuidar da trilha sonora. Completando o time, estão
os atores Amy Adams e Christoph Waltz, interpretando o casal principal do
filme.
A história é basicamente o que eu
escrevi no primeiro parágrafo. Margaret (Adams) resolve se divorciar de seu
marido e vai morar em outra cidade com sua filha. Tentando recomeçar sua vida,
ela tenta vender seus desenhos para conseguir algum dinheiro. Durante uma
feirinha, ela conhece o também pintor Walter Keane (Waltz) e os dois se
apaixonam e se casam.
Enquanto sobra talento em
Margaret, falta habilidade de vendas. Enquanto com Walter acontece justamente o
contrário. Não demora muito para ele perceber que os quadros de sua mulher podem
render um bom dinheiro para ambos, desde que ele finja que é o artista
responsável. Com o repentino sucesso e os altos ganhos financeiros, Margaret
aceita se esconder, mas isso cria uma roda gigante de mentiras e a prende mais
uma vez numa vida submissa.
Quem acompanha os filmes de Tim
Burton ao longo dos anos consegue perceber facilmente o seu estilo de cores e
cenários e como ele se segurou para criar uma história onde a personagem
principal não tivesse escapatória, a não ser seguir os mandos de seu marido. Olhos
Grandes é um filme de uma guerreira que precisou lidar com tantas barreiras
para alcançar seu único objetivo...ser feliz.
Obs: A cena do julgamento é uma
das mais hilárias que eu vi nesse começo de ano.
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