terça-feira, 30 de junho de 2009

O Pacto dos Lobos

Francês com estilo

O que faz de Pacto dos Lobos um filme elegante não é ele ser falado todo em francês, mostrando todo o requinte de uma época em que este país estava no centro do mundo. O que faz ele ser realmente elegante talvez seja mesmo sua estética por vezes sombria e intimista. Mas é bem verdade que o cuidado com o figurino, a arte e a altivez dos atores franceses e de uma certa italiana (ah!) ajudam. Nem mesmo a violência explícita e gratuíta, com mortes brutais e sanguinárias, ofuscam o charme da produção do diretor Christophe Gans.

Contada em flashback, essa história foi baseada num conto do século XVIII. Conta sobre um “mostro” que atacava somente mulheres e crianças, apavorando uma pequena vila do interior da França e preocupando o rei Luis XV. Para resolver o problema, um naturalista e um índio das Américas são chamados. Lamentavelmente, traduziram “bête” (besta) para “monstroe faz ele ser realmente elegante talvez seja mesmo sua estética por vezes sombria e intimista. Mas é bem verdade que o cuidado com o figurino, a arte e a altivez dos atores franceses e de”, o que tira todo o sentido religioso da palavra, tão importante e necessário no filme.

Os destaques são as cenas com variação de velocidade e as de lutas com movimentos graciosos, que deixariam Jack Chan com uma ponta de inveja bem no fundo do coração. Outro ponto forte é o misticismo indígena e a feitiçaria da prostituta interpretada pela italiana Mônica Bellucci, que parecem se encaixar perfeitamente e ajudam na aura de mistério.



Para segurar seus maridos em casa, as florentinas lhes davam um veneno fraco pela manhã e à noite, quando retornavam, davam o antídoto. Assim, o marido que dormisse fora passaria uma terrível noite

(Aliás, esse é o décimo filme que Mônica Bellucci e seu marido Vincent Cassel interpretam juntos. O que nos leva a pensar: por que raios uma mulher como ela se envolve com um cara que parece a preguiça Sid, de A Era do Gelo?)

Mas não são só eles que se encaixam. O diretor parece ter se esforçado bastante para agradar a muitas pessoas, misturando em um mesmo filme elementos de terror e artes marciais envoltos por um fundo sócio-político. E com certa destreza até que conseguiu fazer direito.

O problema é essa mania estúpida dos dias atuais de fazer filmes de ficção longuíssimos, o que acabando deixando qualquer um maluco e fazendo com que as pessoas se percam facilmente no meio do caminho. É muita pretensão dos diretores acharem que podem segurar alguém por tanto tempo na cadeira. Alguns matadores deste blog podem alegar que o enredo se sustenta em duas horas e vinte, mas não há nada nesse mundo que não possa ser compactado em uma hora e quarenta. Ou como diz a velha regra "nem tão longo que me canse, nem tão curto que me envergonhe".

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