Hoje em dia, muitos parentes meus dizem que eu era uma criança
comportada, que era só ligar a televisão que eu ficava lá brincando quieto com
os meus bonecos e minhas armas. A verdade é que ninguém via o que realmente
acontecia. Desde o momento que eu acordava, até a hora de dormir, eu vivia em
vários mundos diferentes e, embarcava em histórias fantásticas onde eu era
sempre o herói imbatível. Mesmo quando eu apanhava bastante de uma legião de
ninjas assassinos ou enfrentava o Predador eu bolava um jeito de sair vencedor,
sempre graças ao meu poder imbatível chamado imaginação.
Felizmente eu tive uma ótima infância e nunca precisei usar
a minha imaginação como forma de escapar de uma realidade triste. Meu Pé de Laranja
Lima mostra justamente este tipo de válvula de escape. Este clássico literário
brasileiro toma mais uma vez forma nas telonas para emocionar e derramar
lágrimas.
A história de José Mauro de Vasconcelos mostra a vida do
menino Zezé. Com seu pai desempregado e sua mãe trabalhando longe de casa, sua
família tenta sobreviver com o básico. Mesmo injuriado pela falta de dinheiro,
Zezé usa sua imaginação para levar uma vida normal no sentido das traquinagens,
o problema é quando seu pai descobre as coisas que ele apronta e mete a porrada
literalmente no garoto.
Quando são obrigados a mudar de casa, o jovem mancebo adota
um pequeno pé de laranja lima e finge que ele é um amigo/confidente. Zezé conta
todas as suas histórias para seu companheiro invisível e aproveita para viver
novas aventuras com o mesmo. Paralelamente, ele acaba conhecendo Portuga (José
de Abreu), um português solitário de família, cheio de bondade em seu coração,
que tenta levar alguma alegria para a vida do pequeno garoto.
Na minha infância eu sempre fui bastante incentivado pela minha mãe a ler bastante. Livros e gibis brotam na minha casa como ervas daninha. Mesmo tendo mais de 200 livros e 3000 quadrinhos eu nunca li este livro. Conhecia a existência do mesmo, mas não sabia que a história era tão verdadeira. É inacreditável o número de livros e histórias que existem publicadas. Uma vida não seria suficiente para ler tudo. Finalizando sobre o filme...ele é bastante emocionante e vale a pena ser conferido. Ponto para o cinema nacional.
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