domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Viagem – Cloud Atlas



Eu considero meu primeiro dia de vida quando eu tinha 4 anos de idade e morava em Florianópolis. Lembro de acordar e ter todas as informações. Eu sabia que aquele era o meu quarto, o nome da minha mãe e até mesmo o nome da praia que ficava em frente a minha janela. Depois deste dia minha vida começou e segui neste louco e adorável destino, seguindo minhas convicções, certezas e paixões. Com o passar dos anos eu consigo enxergar a minha evolução, acredito que melhorei um pouco em vários sentidos e gostaria de provar isso somente para uma pessoa. Para algumas religiões a nossa alma precisa de várias vidas para evoluir, como este é um assunto que eu não discuto eu vou logo falando que A Viagem trabalha muito com esse tema, sua ideia principal é que tudo está conectado.

Escrito e dirigido pelo irmãos Wachowski juntamente com o diretor alemão Tom Tykwer , o filme nos transporta a uma história linear diferente. Usando seis contos para narrar a saga de determinadas almas, os criadores de Matrix mostram mais uma vez que sua imaginação continua afiada quando o assunto são histórias que mexem com a nossa percepção da realidade e destino.


Contando essa sinopse de um jeito mais cronológico, temos na primeira história um advogado americano que no ano de 1849 vai até a ilha Chatam tratar de negócios e acaba ajudando um escravo negro a fugir. Em 1936 temos a história do jovem Robert Frobisher, um compositor desconhecido que sonha com o sucesso ao mesmo tempo em que se relaciona escondido com Rufux Sixsmith. Para seguir o seu sonho ele vira ajudante de um famoso compositor para assim produzir a sua própria obra prima. Já em 1973, continuamos ainda acompanhando a história de Sixsmith, ele trabalha numa suspeita fábrica nuclear e resolve passar informações secretas para a repórter Luisa Rey (Halle Berry), desencadeando assim uma perigosa trama. No alívio cômico vem a história de Timothy Cavendish (Jim Broadbent), um assessor literário que ao fugir de agiotas acaba sendo trancafiado num asilo de velinhos pelo seu próprio irmão. Indo muitos anos para o futuro, mais precisamente em 2144, vemos a história de Sonmi – 451 que de garçonete comum vira esperança para a rebelião e amor para um de seus líderes. Para finalizar somos transportados para mais ainda no futuro, em 2321, onde a única esperança dos sobreviventes restantes da Terra é mudar de planeta após tanta guerra e destruição. 


Apesar de misturar as histórias durante o filme, as tramas tem seus pontos cruciais em partes iguais, ou seja, os momentos decisivos acontecem paralelamente, mesmo que milhares de anos separem cada história. Achei bacana o jeito inovador de mostrar esta história que mexe com questões e convicções profundas. São ideias que nem todos concordam, o que provavelmente ajudou a aumentar as críticas negativas do filme. Acreditando ou não (momento Neo), o filme vale a pena ser assistido. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário