domingo, 18 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios

De alma lavada... e envenenada

Se, como diria o filósofo Chavez, “a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”, Quentin Tarantino já está com a dele em apuros. Pois é o sentimento de vingança, essa senhora mal amada, que move Bastardos Inglórios e o micro-exército de judeus malucos que tem por missão matar a maior quantidade de nazistas que passar pela frente... escalpelando e arrebentando crânios, se for preciso.

Para compor Sacanas sem lei, como foi batizado em Portugal, o diretor usou influências do western spaguetti, os filmes italianos de faroeste, provando seu eterno caso de amor com o cinema. Para orgasmos múltiplos dos cinéfilos, as referências ultrapassam clássicos como O Encouraçado Potemkin e se instalam na própria trama, fazendo do filme uma grande metalinguagem com duas horas e meia de duração.

A trilha sonora elegante (e bem escolhida, como sempre) passa por Ennio Morricone, responsável pelas músicas dos filmes de Sergio Leone, mestre dos western spaguettis, e também por David Bowie.

Como não poderia deixar de ser, aqui vai um parágrafo dedicado somente à língua falada no filme. O alemão, o francês, o inglês e o italiano se alternam de maneira eficaz e são responsáveis por grande parte da graça da obra (a melhor cena acontece quando Brad Pitt tenta falar italiano).

Assim, o longa longa metragem usa a Segunda Guerra como pano de fundo, mas sem valor histórico nenhum. Os flash backs e intervenções explicativos no meio do filme deixam bem claro que aquilo é mesmo só um filme. Mas que seria muito bom se fosse verdade... não para os nazistas.

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