Paranormal Activity

Uma evolução de "A Bruxa de Blair"?

Não é preciso necessariamente uma sequência de cenas ensanguentadas e música densa ao fundo para realmente perturbar o telespectador; isso já é dispensado há muito tempo no cinema de horror oriental. Mas a maior aposta no invisível foi o sucesso estrondoso A Bruxa de Blair, em 1999. Uma história quase real contada através de imagens que teriam deixadas por um grupo de jovens que acampavam na floresta tentando desvendar uma lenda - imagens estas que não mostram nada em específco.

Outros filmes tentaram a mesma proeza, sem sucesso nos anos seguintes. No último dia 25 de setembro, no entanto, uma produção semelhante ganhou as telas nos Estado Unidos. A diferença é que Paranormal Activity, de Oren Peli, avisa logo no início que “o que você está prestes a ver é falso”, ou seja, não bebe diretamente da fonte de Blair. O filme também é ‘feito’ pelos protagonista, um jovem casal de classe média que se muda para uma casa no subúrbio. Nada anormal, até que uma estranha atividade começa a acontecer durante a noite, impedindo-os de dormir. Os dois resolvem, então, filmar o que estava acontecendo. A sequência inteira é filmada pelo marido Micah (Sloat Miquéias), ator que faz sua estréia no cinema, assim como sua ‘mulher’, Katie (Katie Featherston).

O filme, produzido em 2006, possui o baixíssimo orçamento de US$15.000 e só ganhou as telonas graças à outra estratégia reversa de Peli com relação a Blair. Ao invés de espalhar banners na internet e documentos falsos sugerindo a autenticidade dos vídeos que teriam sido encontrados na floresta para compor a história de Blair, Peli fez uma sequência de exibições à la carte de Paranormal Activity e gravou a reação de suas platéias, alimentando seu site na internet com vídeos e depoimentos mostrando a reação das pessoas. À medida que mais pessoas quiseram ver a produção e o site ganhava mais conteúdo, a obra finalmente a atenção de uma grande distribuidora, a Paramont Picture.

Este é o primeiro filme de Oren Peli, nativo de Israel, que mora nos Estados Unidos desde os 19 anos de idade. Atualmente, ele trabalha em “Área 51", que ele também escreveu, e tem como produtor Jason Blum e produtor executivo, Steven Schneider. Nada mau para um segundo filme de um estreante.

Fóruns na internet e críticos de cinema agitaram as últimas semanas com seus comentários sobre o filme. Os fãs de A Bruxa de Blair criticam a pretensão de Peli; já alguns cineastas consideram o filme uma evolução, tanto na produção (assumidamente falsa, porém, não mesmo perturbadora), como na divulgação (praticamente incentivando que as pessoas pedissem os filmes no cinema mais próximo).

Sem data para estrear no Brasil, o site possui bastante informação. E o trailer dá uma boa prévia do que esperar, incluindo cenas da platéia 'cobaia' de Peli. Muitos afirmam que realmente não conseguiram dormir após assistir o filme tal é a perturbação a seguir.