quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O Massacre da Serra Elétrica

Não é só com miolos estourados à mostra que se faz um filme de terror. Um dos mais clássicos deles, O Massacre da Serra Elétrica, sequer mostra o ato da morte em si. Mas não se engane, isso não quer dizer que o filme seja menos horripilante. O diretor e roteirista Tobe Hooper é discreto em um de seus primeiros filmes, mas ainda assim consegue parecer um maníaco fugido do hospício, mesmo 36 anos depois de sua estreia.


A história é aquela de sempre: jovens viajantes que se deparam com a morte. A morte, no caso, é uma família de canibais sádicos que vivem isolados. Mas, mesmo previsível, o roteiro tem lá suas surpresas. É o caso do avô canibal, um ser mais morto do que vivo que chupa o sangue das vítimas para se saciar e incita mais nojo do que medo. Entretanto, a estrela do filme é mesmo Leatherface, que protagoniza cenas incríveis em que sai correndo, encontra e mata graciosamente com sua serra-elétrica ensangüentada.


E mesmo com tanta morte, pode-se dizer que há beleza no horror. Pois a fotografia do filme é, por vezes, tão clara, aberta e bonita que seria fácil se confundir com Pequena Miss Sunshine, nas cenas de estrada. Mas os dois filmes só tem mesmo em comum o baixo orçamento, que no caso do Massacre não passou de míseros 140 mil dólares.


O Massacre da Serra Elétrica é incrivelmente doentio, mas terrivelmente lento para um filme de terror. As mortes não começam antes dos quase 50 minutos. Mas quando começam fazem qualquer um desses novos filmes pensarem se é realmente necessário explicitar tanta coisa. Por isso, se perguntarem com quantos Jogos Mortais se faz um Massacre da Serra Elétrica, a resposta é nenhum.

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