terça-feira, 12 de maio de 2009

Um Drink no Inferno

Com uma pitada de sangue, por favor


Quando se anda pelo inferno, pode ser que o diabo ofereça uma bebida. No caso, o inferno é aqui e o diabo é Robert Rodriguez surgindo com um filme que deve ser tomado de um gole só, sem pensar muito. Um Drink no Inferno poderia ser um vinho, que com o passar do tempo fica melhor. Há treze anos, então, ele envelhece e espera. Espera para se tornar um ícone? Um clássico? Vai saber... o fato é que pra quem gosta de coisas degeneradas, o longa é um copo cheio, transbordado bizarrices.


O começo é primoroso, com diálogos "tarantinescos" vistos a olho nu da Lua. Mas não contente em apenas escrever o roteiro, Quentin Tarantino também atua. E humilha com um personagem desequilibrado que mata seres humanos com a facilidade de uma barata. Ele também concorreu a uma framboesa de ouro como pior ator, mas não ganhou. O personagem de George Clooney é mais sensato, ele podia até ser um bandido canalha, mas não era má pessoa, como lembra no final do filme. E há ainda Juliette Lewis que nem de longe parece a Juliette Lewis que todos conhecem. Muito mais meiga que em Assassinos por Natureza.


Tudo dá errado quando os irmão interpretados por Tarantino e Clooney resolvem entrar num puteiro mexicano de beira de estrada, acompanhados de seus reféns: um pastor sem fé e seus dois filhos. Depois de uma sexy Salma Hayek se insinuando, as portas são trancadas e é iniciada a carnificina louca das criaturas negadas por Deus. Explosões de cabeças, braços, pernas e corações tornam-se constantes cada minuto que o filme se aproxima do final.


Assim, ele engana. Pois o que no começo parece um filme policial sério, ou até um road movie bem feitinho, é, na verdade, um terror esculachado com efeitos precários e clichês fáceis. Uma banda toca com pedaços mutilados de corpos e um dos personagens tem uma arma no lugar do pênis, se isso não é podreira, então não sei mais.

A intensão é, assim como grande parte dos filmes da dupla, homenagear clássicos B. Dessa vez, o filme que ajuda a basear obra é Vamp, um filme trash da década de 80, que é um misto de terror e comédia. Bela combinação que ficou muito mais interessante quando chacoalhada e agitada na cabeça doente dos bem intensionados Rodriguez e Tarantino.

Um comentário:

  1. pena que as continuações são um lixo..porém futuramente estarão no blog...aahhaha

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