terça-feira, 2 de março de 2010

Pornô Falcatrua n°18.633


Não é só na peça teatral Pornô Falcatrua n°18.633 que as pessoas são manipuladoras, mesquinhas e egoístas. Na vida, elas também são assim. Por isso, a peça de Eduardo Ruiz baseada no romance Pornô, de Irvine Welsh, poderia ser um retrato do mundo doente em que vivemos. Porém, além de viciados e desajustados, os personagens também são capazes de amar. Amam a vida e, por isso, não a desperdiçam com coisas pequenas.

Na história, o bando de loucos apaixonados do romance Trainspotting (que virou filme em 1996) reaparece dez anos depois para resolver as antigas diferenças e tentar produzir um filme pornô. Só que produzir qualquer coisa em meio a drogas e brigas não é fácil.

Pornô... é uma peça atípica. Por não ser apresentada em um teatro e sim em um clube noturno da Rua Augusta, o clima é mais intimista. E ao longo da história, percebe-se que não poderia haver lugar melhor para a apresentação. Os atores andam livres, não se prendem em nenhum ponto e com isso tranformam o clube inteiro num palco gigante.

A peça trata de um submundo irlandês sujo, tão comum nos romances de Welsh. Mas poderia falar de São Paulo, ou qualquer outra grande metrópole que franze o cenho para o que considera imoral e sem vergonha, mas é inundada de hipocrisia.

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