terça-feira, 24 de novembro de 2009

Corpo Fechado

Mais triste que ficção

Corpo Fechado não é um Sexto Sentido 2. Talvez, por isso, não tenha tido um sucesso tão arrebatador. Corpo fechado é um filme de herói sem ser. Nesta obra, o diretor indiano M. Night Shyamalan, que aparece em cena como um discreto traficante, mostra um salvador tão humano quanto nós mesmos. Tão escroto e sublime quanto qualquer pessoa. Um herói que não sabe o que é até lhe perguntarem: “quantas vezes você já ficou doente?”. Sem efeitos especiais surpreendentes, o longa é mais roteiro que ação. E, como não podia deixar de ser, lá está um dos finais surpreendentes que só o cérebro de Shyamalan pode vomitar.

A história é baseada na vida de duas pessoas opostas. Samuel L. Jackson vive um homem com os ossos tão frágeis quanto sua mente, o “homem de vidro”. Por não poder aprimorar o corpo, aprimora as idéias e chega à conclusão de que se é possível existir alguém tão doente quanto ele, também pode existir o contrário, alguém que não se quebre nunca. Passa, então, a buscar o “inquebrável” e o encontra em Bruce Willis.

Sempre buscando ângulos inusitados, o diretor não descansa até fazer uma cena esteticamente bonita e funcional (tudo tem um porquê de ser mostrado), como um Rodchenko bêbado à procura da fotografia perfeita. A melancolia e a tristeza também estão sempre à espreita, como urubus carniceiros.

E a nós, só resta aguardar se realmente haverá uma continuação, das duas que foram planejadas e abandonadas devido à critica.

2 comentários:

  1. Pra mim ESSE é o melhor filme de Shyamalan, é seu primeiro filme e ele arrisca mais do que em qualquer outro.

    Fotografia perfeita, com enquadramentos precisos e ousados e uma trilha sonora genial.

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